quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

"O que diabos estou fazendo?", pensei enquanto amarrava os pulsos dela na cabeceira da cama com uma fita tipo "Hellerman", do mesmo tipo que eu usava para organizar cabos dentro de um computador. 
"Tá doendo?", perguntei.
"Não!", respondeu ela com um sorrisinho tímido no qual pude ver seus dentes brancos perfeitos. Mesmo com a venda nos olhos, ela ainda sorria. Que coisa mais linda de se ver!
"Como ela consegue me deixar fazer isso?", voltei a pensar enquanto prendia o outro pulso no lado oposto.
Agora ela estava pronta. As pernas abertas, a vagina aparadinha e exposta como se fosse uma sujeirinha negra naquela corpo branco. Os braços e pernas viçosos como se vê apenas em que é jovem e o sorriso bobo no rosto, como se esperasse alguma recompensa. Quanta inocência!
"É nesse momento que elas morrem!", pensei enquanto contemplava aquela escultura viva. "É nesse momento em que os desajustados de merda cometem suas atrocidades."
"E aí?", quis saber ela, "Como estou?"
"Está linda! Você é um presente de Deus pro meu coração combalido."
Ela riu. Uma delicia de risada que me fez lembrar dos programas adolescentes das tardes de domingo.
Seu rosto ficou sério. Uma seriedade que me excitou além da conta. E perguntou:
"E agora? O que vai fazer?"

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