quinta-feira, 14 de maio de 2015

- Vem cá.
- O que? - perguntou ela.
- Põe a mão aqui!
Pus a mão dela sobre meu pau duro, sob o jeans da calça. Ela tocou e tirou a mão como se tivesse levado um choque.
- Viu como você me deixa? 
- Aqui não! Você tá louco? 
- ... de tesão, por você!
Outros beijos. Vadia. Tira a mão do meu pênis e agora me beija com volúpia. Sua língua varrendo minha boca enquanto segura minha nuca. 
- Poxa vida, se aqui não pode, onde pode?
Ela parou e me olhou indignada antes de responder:
- Você é um desavergonhado mesmo, né? 
- Eu só quero amar você!
- Então tome juízo nesta cabeça e pense no lugar que você tá no desfrute.
- O que tem ele, mulher?
- Sacristia é lugar pra essas coisas, é homem de Deus?
- E você vai lembrar de lugar na hora que a gente tá no bem bom, é.
- Tome vergonha nessa cara! - disse ela, rispidamente, afastando-se de mim.
Meu dedo saiu dela. Um vazio enorme tomou conta de mim. 
- Ôxe Maria, volte aqui menina!
Instintivamente, levei meu dedo à boca. Queria sentir seu gosto antes que ela se fosse. Maria me olhava naquele instante com uma expressão que parecia misturar piedade e perplexidade. Devia achar que eu era louco, desgraçado ou o próprio diabo vestido de gente.
- Ande logo com isso. Ponha logo essa batina e vá cuidar do que é de Deus. 
Após dizer-me para colocar a batinha, ela mesmo encarregou-se da empreita. Abotoou meu colarinho, colocou-me a roupeta, sem parar de falar por um segundo que fosse.
- Eu já te falei e volto a repetir, padre, não quero mais isso em minha vida. Agora é de verdade! Eu não quero mais. Cansei. Você tá me enojando cada vez mais quando faz isso comigo, não sabe? Eu exijo respeito. Não quero suplício em minha vida não, viu? Agora vai-te embora daqui e vá ser homem pelo menos uma vez na vida, vai?
Roubei-lhe um beijo quando ela terminou comigo. Um beijo que, desta vez, não foi correspondido.



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