terça-feira, 3 de março de 2015

O Museu - Parte 3

Fiquei furioso.
Nem tanto por ela ter urinado como uma cadelinha, mas por seu rosto ter continuado sem expressão alguma. Pareceu não se importar comigo nem ter consideração por eu estar ali e ser seu mestre.
"Por que fez isso?", murmurei, mas não acho que ela me ouviu. 
Afastei-me e fui até a mesa em que havia colocado os apetrechos. Peguei o alargador de boca. Por um momento senti asco por algo que acreditei ser um resquício de esperma de outro que o havia usado antes. Então fiquei de frente a ela:
"Abra a boca!"
De novo o silêncio. Eu podia ouvir o barulho do condicionador de ar. 
"Abra a boca, cadela!", reiterei calmamente.
Ela não abriu. 
Dei-lhe um tapa. Forte o suficiente para tirá-la de seus pensamentos. Fraco o suficiente para que ela não me odiasse. Ela voltou a me fitar. Fiquei feliz ao perceber que sua expressão havia mudado ligeiramente. Ela abriu a boca. Ajustei o alargador em sua boca e amarrei-o na nuca através do velcro. Não sabia se ela me fitava com curiosidade ou deboche. Era impossível adivinhar seus pensamentos naquele momento.
"Então gosta de apanhar!"
Arrependi-me no mesmo instante de ter dito aquilo. 'Não imbecil, eu odeio apanhar, afinal, fui sequestrada e colocada aqui à força por você! E não, você não foi contratado pelo meu marido para me dar dor e prazer!'.
Antes que eu pudesse completar esse pensamento, ouvi sua risada de deboche. Talvez ela tenha ouvido a melhor piada daquele dia. Talvez ela acabara de ouvir a melhor piada de toda sua vida. Ela ria e recuperava o fôlego para rir de novo. Um grito estridente saiu de sua boca e sua risada morreu de repente.

O flagelador, com suas pontas de couro úmido, havia atingido parte de seu quadril e coxas.
Foi indescritível a onda de prazer que senti ao acabar com sua risada. Aproveitei o momento como pude, e então novamente, dei-lhe nova chicotada. Novo grito. Agora o flagelo caíra bem no meio da bunda, deixando uma marca avermelhada. Nova chicotada, outro grito, e mais uma, e outra. E outra. E outra. Ela estava chorando.

Voltei-me para ela e senti-me impelido a beija-la, mas contive-me. Não era certo fazer aquilo. Não se esperava aquilo de um mestre. Tirei o alargador de sua boca. Sua máscara de dor permanecera e seu choro pareceu ficar mais alto. Voltei-me para sua bunda e vi o que fizera. As marcas do chicote eram profundas e podia-se ver o sangue em uma delas.

A voz do microfone novamente irrompeu na sala:
"Sr. Emídio, é tudo por hoje! Pegue suas coisas e vá embora!"

Afastei-me dela de coração partido, incerto se fôra eu que fizera aquilo, ou fôra ela que me comandou o tempo todo. Vesti minha roupa hesitantemente e saí da sala.

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