Depois de termos trepado feito dois coelhos ensandecidos, olhei para o espelho do teto e vi nossos corpos judiados na cama. Os cabelos dela estavam totalmente espalhados sobre o lençol. Passou-me a impressão de ser uma daquelas deusas de cabelos esvoaçantes que aparecem em fábulas medievais. Segurava os seios com um dos braços. Estendeu o outro para acariciar o pelo de meu peito. Não se importou com o meu silêncio. Ao contrário, parecia gostar dele. Sua mão foi descendo até meu pênis.
Encontrou-o extenuado, jogado de lado e esporrado, merecedor de um banho. Balançou-o com a mão e brincou com ele. Eu não soube dizer se ela zombava de mim ou simplesmente envolvia-se num solilóquio teatral no qual meu pênis era o ator.
"Olhe para mim! Veja meu estado deplorável! Veja no que me tornei!" dramatizava ela enquanto jogava-o para frente e para trás. "Sou um mendigo de amor, um misero apaixonado!" continuou.
"Quantas bonecas você tinha quando era criança?" perguntei a ela.
"Nossa, muitas! Eu tinha uma estante cheia delas."
"Imaginei isso." respondi, "E onde estão elas? Na casa de sua mãe?"
"Queimei todas."
"Mas por que?", a minha curiosidade era genuína.
"Preferi elas queimadas a ficar na mão de outra menina."
Voltou a concentrar-se no boneco em sua mão, agora ligeiramente mais encolhido que antes.
ALE GREG
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